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A enxaqueca ou migrânea é uma forma de cefaléia crônica primária, idiopática e recorrente que ocorre em 15% da população, atingindo 20% das mulheres, 6% dos homens e 4 a 8% das crianças.

A enxaqueca costuma ter início na infância, adolescência ou nos primórdios da idade adulta, embora possa ocorrer em períodos mais tardios da vida.

O pico de prevalência é atingido entre os 30 e 45 anos. No período pré-puberdade há ligeira predominância nos meninos, entretanto, após esse período, há nítida predominância no sexo feminino, atingindo a proporção de 3:1.

O caráter genético da enxaqueca é inquestionável embora em muitos casos seja ainda impreciso.

O histórico familiar da enxaqueca muitas vezes constitui um pré-requisito para o diagnóstico.

A freqüência do quadro enxaquecoso em algumas famílias sugere uma transmissão do tipo dominante. A freqüência da enxaqueca em gêmeos idênticos é maior do que em gêmeos fraternos. Algumas formas de enxaqueca, como a enxaqueca hemiplégica familiar (EHF), têm alguns aspectos genéticos já bem definidos.

Quanto a fatores ambientais, existem inúmeras situações relacionadas a enxaqueca, que atuam como desencadeantes, que são:

- distúrbios emocionais (ansiedade, depressão, irritabilidade...),
- modificações do ciclo vigília-sono (excesso ou privação de sono),
- ingestão de determinados alimentos (chocolate, queijos maturados, produtos defumados, uso de glutamato monossódico, como tempero, presença de conservantes químicos em certos alimentos),
- ingestão de bebidas alcoólicas (principalmente vinho tinto),
- jejum prolongado,
- modificações hormonais (menstruação, uso de anticoncepcionais, reposição hormonal, etc),
- exposição a odores fortes e penetrantes (perfumes, gasolina, creolina...),
- exposição a estímulos luminosos intensos e/ou intermitentes,
- exercícios físicos intensos ou prática esportiva,
- viagens aéreas longas, altitudes elevadas,
- movimentos de aceleração da cabeça e outros tantos.

Portanto, a enxaqueca ou migrânea pode ser definida como uma reação neurovascular anormal que ocorre num organismo geneticamente vulnerável e que se exterioriza, clinicamente, por episódios recorrentes de cefaléia, e manifestações associadas que geralmente dependem de fatores desencadeantes.

Essa definição, embora incompleta, tem o mérito de incorporar dois fatores fundamentais da enxaqueca: o endógeno (genético) e o exógeno (ambiental).

Quando ocorre a conjugação desses fatores pode exteriorizar-se a crise enxaquecosa.

Referências:
- L Fernando Ortiz; Edgard Raffaelli Jr e col., “Cefaléias Primárias: Aspectos Clínicos e Terapêuticos”. (2ª Edição). São Paulo: Editora Zeppelini, 2002.

- SANVITO WL & MONZILLO PH. Cefaléias primárias: aspectos clínicos e terapêuticos. Medicina, Ribeirão Preto, 30: 437-448, out./dez. 1997: Grupo Editorial Moreira Jr., 2001

Informação atualizada em 01/04/2013